Chato! Esse é o novo apelido do momento. Todos são chatos, tudo é chato. E o mais interessante: sem motivos. Sim, amigo leitor, a chatice não é mais reservada para os chatos, seu público fiel. Agora, para ser considerado um chato, basta abrir a boca. Há chatices para todos. Mulheres, crianças, roqueiros, pagodeiros, homens e papagaios. A nova versão da chatice é derivada das ruas facebookianas, desde então ganhou vários adeptos.

Há os chatos poetas. Eles apenas escrevem coisas para serem considerados chatos. Há os filósofos chatos. Eles apenas pensam. Há os chatos roqueiros, que apenas postam músicas bacanas. Há os chatos revolucionários, cheios de boas intenções, mas odiados pelos chatos  reclamões de sofá. Há os chatos ateus, que riem da cara do “perigo”. São chatos porque acabam com a cultura. Há os chatos vegetarianos, que são chatos em silêncio. Muito diferente dos chatos protetores dos animais, que fazem protestos bem elaborados em suas páginas pessoais. E há os chatos testemunhas de jeová e companhia, que são chatos porque são chatos mesmo.

É tanta chatice que não cabe neste post chato. Lá, nas ruas facebookianas, reclamam dos chatos pseudo-intelectuais, ateus e revolucionários. Mas, qual o problema? Sem eles, sobrarão apenas os chatos religiosos e promoters de show de pagode/sertanejo. Oras bolas, que chatos! Se falar de deus é chato, contra deus também. Se falar de revolução, de política, é chatão. Se falar de música, é chato. Se falar de pagode, também. Ou seja, somos tão chatos.

E ressalto, tirando os religiosos e os pagodeiros, os chatos são chatos sem motivo. Os revolucionários são chatos porque querem atenção, digo, querem chegar à manivela intelectual do cérebro da população empacada. Não é muito diferente dos ateus. Aliás, os ateus não são chatos porque “pregam” o ateísmo, pois o ateísmo não precisa ser “pregado”, ele é lógico, não precisa ser fixado nas vidas das pessoas na martelada. Na verdade, se tirarem todos os que são deveras considerados chatos na sociedade, sobrarão apenas os funkeiros com suas caixas de som portáteis, os religiosos com a chatice ignorante, os “bombados” que, de tão fanáticos que são, misturam seus próprios cérebros com anabolizantes e depois injetam diretamente nos músculos; são tão idiotas que se esquecem das pernas. Mas idiota é assunto para outro post. Ah! Não posso, digo, não quero esquecer dos chatos blogueiros. Eles são chatos porque têm a liberdade de apontar toda a chatice dos chatos que reclamam dos chatos. E também são chatos. E aí, qual é a sua chatice?

 

Por Henrique Guedes